Avaliação das pesquisas e do trabalho realizado até o momento, interlocução com gestores e estímulo a novos pesquisadores. Esses foram alguns dos resultados do II Seminário do Observatório de Equidade Educacional, realizado em Maceió nos dias 15 e 16 de maio.
O tema principal do evento foi “Promovendo Equidade Educacional: Desafios e Soluções”. O papel da tecnologia na promoção da equidade educacional, as dificuldades de implementação da equidade e a relação entre desempenho e equidade na educação em tempo integral foram alguns dos assuntos debatidos.
O encontro serviu também para apresentar a plataforma produzida pelo observatório e que mostra pesquisas feitas a partir de dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Ministério da Educação (MEC).
“Na plataforma, gestores, pesquisadores, estudantes, educadores e a sociedade em geral podem observar como as iniquidades e equidades têm sido produzidas e reproduzidas no contexto educacional”, destaca a coordenadora geral do Observatório e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Angelina Nunes de Vasconcelos.
“É possível entender como uma região ou um Estado está produzindo educação com equidade de gênero, de raça, de nível socioeconômico e de território, por exemplo. Por enquanto a partir de dados do Saeb em português e matemática, mas futuramente usaremos outras bases de dados também”, complementa o vice-coordenador do observatório, Leogildo Freires.
Leogildo ressalta que a plataforma é um importante instrumento para compartilhamento de soluções e apoio para auxiliar gestores a pensarem em políticas públicas em níveis estruturais e pedagógicos.
A plataforma do observatório foi apresentada pela pesquisadora Alinne Souza, que integra a equipe de tecnologia e é coordenada por Leonardo Soares. Alinne elencou as funcionalidades e decisões tomadas pela equipe para melhorar a experiência do usuários ao acessar as diferentes abas do site.
ESTRATÉGIAS
Durante os dois dias do seminário, as equipes de trabalho do observatório aproveitaram para traçar novos planos e estratégias de comunicação. “Foi importante para verificarmos o quanto avançamos e pensarmos no futuro. Surgiram vários insights”, diz Angelina.
Outro ganho foi o estímulo para que novos pesquisadores e estudantes universitários coloquem o tema da equidade educacional como foco de suas pesquisas.
PESQUISAS
Uma das pesquisas apresentadas no seminário mostrou que os Planos de Educação dos nove Estados e nove capitais da Região Nordeste têm o esforço de promover a equidade. Entretanto, existe o desafio de acompanhar e avaliar se de fato esses planos estão seguindo aquilo que propõem.
A análise foi feita pelos pesquisadores Adélia Augusta Souto de Oliveira, Paula Orchiucci Miura, Raíssa Matos Ferreira, Alcimar Enéas Rocha Trancoso, Clara Mariani Oliveira, Analice Tenório Bernardo, Iara Beatriz Alves da Silva, Rayssa Nobre Cedrin Duarte, Emmanuela Calheiros Moraes e José Weverton Pereira da Silva.
Outra pesquisa foi apresentada por Simone Carvalho, intitulada “Categorização e Problematização das Principais Dificuldades para a Implementação da Equidade Educacional no Brasil”. Baseada em entrevistas com pessoas envolvidas na temática da equidade educacional, a pesquisa identificou as principais dificuldades e propôs soluções para mitigar a iniquidade na educação.
As soluções apontadas incluem: adaptação de acessibilidade e postura do educador, discussão de temas como inclusão, racismo e homofobia, fortalecimento de políticas públicas educacionais e de ação afirmativa, formação continuada e gestão escolar democrática com participação ativa da comunidade.
O estudo foi coordenado por Carine Mendes e realizado por Ana Luísa Fonseca, Ana Paula Santana, Larissa Teixeira, Larissa Berta, Martha Lima, Mel Marques, Millena da Silva, Nathália Bulhões e Victória Araújo.
No seminário, outra pesquisa, com dados do Saeb 2021 de alunos do ensino médio em português e matemática, revelou que o aprendizado daqueles das escolas em tempo integral é melhor do que os que cursam essa etapa em colégios regulares, com somente um turno de aulas. Mas esse mesmo estudo apontou que persistem diferenças quando há recortes por raça ou gênero, por exemplo. A pesquisa foi feita por Rodrigo Lins, Gabriel Fortes, Leonardo Soares e Silva, Patrícia de Macêdo, Julio Costa e Luan Torres.
A programação contou ainda com a apresentação da equipe de psicometria, que mostrou a validação do questionário de equidade educacional para estudantes dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio. Uma das conclusões é de que os resultados apontam para a construção de um instrumento robusto e sensível aos problemas associados à equidade educacional vivenciado por alunos em seu contexto escolar.
Essa equipe é liderada por Gleidson Diego Loureto e composta por Samara Oliveira de Moura, Pedro Victor Cardoso Ferreira, Ana Luísa Gomes de Barros Freitas, Marcel de Lima Correia, Catarina Kelly Alves Santos, Renata Souza Brandão e Ana Beatriz Dantas Rocha.
JORNADA DA EQUIDADE
Um das ações do NEES, a Jornada da Equidade Educacional, foi apresentada no seminário. A ação é realizada na cidade alagoana de São Sebastião. A experiência e os resultados da jornada foram mostrados pela secretária municipal de educação, Sandra Ribeiro. Com ela estavam Jane Vieira, Narcisio Bezerra, Adilson Peixoto, Patrick Ferreira, Gilmar Dias, Maria Sizino e Sivaldo Joaquim.
Acesse os documentos e pesquisas apresentados no II Seminário do Observatório de Equidade Educacional:
- Categorização e Problematização das principais dificuldades para a implementação da Equidade Educacional no Brasil
- Promoção de Equidade Educacional no nordeste brasileiro: Análise documental de políticas públicas
- Promovendo Equidade Educacional: Desafios e Soluções (contexto e solução)
- Frente Psicométrica
- Programa de Promoção da Equidade Educacional – PPEE
- A Importância da Equidade Educacional e o Papel da Tecnologia
- Desempenho e Equidade na Educação de Tempo Integral