O Observatório da Equidade Educacional, política pública do Ministério da Educação (MEC) realizada em parceria com o Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), foi tema de um workshop realizado em Brasília no dia 30 de outubro. Participaram membros do Ministério da Educação (MEC), pesquisadores brasileiros que são referência na temática de avaliação e equidade e integrantes do NEES.
“As maiores contribuições do Observatório da Equidade Educacional neste evento foram, em primeiro lugar, a proposição de um modelo psicoeducacional de indicadores para equidade na educação. Esse modelo tem como objetivo compreender como as desigualdades de gênero, raça, nível socioeconômico e outras se materializam no cotidiano das instituições educacionais”, explicou a coordenadora do observatório, Angelina Nunes de Vasconcelos, que é professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), instituição a qual o NEES é vinculado.
“Outra contribuição significativa foi a apresentação de um método de análise interseccional que permite o mapeamento de desigualdades em bases de dados educacionais, promovendo uma compreensão mais profunda e holística das disparidades existentes. Essas abordagens inovadoras têm o potencial de direcionar políticas e práticas educacionais rumo a uma maior equidade e inclusão”, complementou a coordenadora do Observatório.
Uma das ações do Observatório será o desenvolvimento de uma plataforma online para reunir dados públicos e confiáveis de educação de variadas fontes. A partir de análises desses indicadores, com o olhar da equidade, serão gerados novos dados e sugeridas políticas educacionais. A ideia é também divulgar estudos, artigos e boas práticas de equidade educacional. Segundo Angelina, a previsão é lançar essa plataforma no primeiro semestre de 2024.
INDICADORES
Na abertura do workshop, a secretária de Educação Básica do MEC, Katia Schweickardt, alertou sobre a importância de considerar as desigualdades enfrentadas pelos estudantes brasileiros e entender que elas se refletem em seus níveis de aprendizagem.
Ela também destacou a dificuldade de desenvolver indicadores que representem a realidade de forma justa. “Traduzir uma série de questões subjetivas em índices que possam, de fato, ser compreendidos pela sociedade não é uma coisa simples. A gente precisa entender o que significa isso, conseguir produzir indicadores que nos ajudem a superar ou, pelo menos, a dar passos na direção da promoção da igualdade, seja ela étnico racial, regional ou de nível socioeconômico. Isso vai impactar o potencial transformador da educação brasileira como um todo”, enfatizou a secretária.
Em um segundo momento, o evento realizou uma mesa redonda sobre o conceito de equidade educacional, com os pesquisadores Francisco Soares e Vanda Mendes Ribeiro; com a diretora de Estudos Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Tereza Alves; e com o coordenador-geral de Equidade Educacional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), Maurício Ernica. A mediação foi do diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica, Alexsandro Santos.
Do NEES estavam, além de Angelina, o vice-coordenador do Observatório, Leogildo Alves Ferreira (Ufal); o diretor executivo de Operações do núcleo, Leonardo Marques (Ufal) e os professores Gabriel Fortes (UAH/Chile), Leonardo Soares e Silva (IFPE) e Alinne Santos (UTFPR).
EVASÃO
No dia 31, o NEES apresentou ao MEC o Sistema Alerta Preventivo (SAP) de Evasão e Abandono Escolar. Nesta reunião, estavam, do NEES, os professores Thiago Cordeiro, coordenador do SAP, Thales Vieira, coordenador do projeto de Gestão Inteligente de Atores Educacionais da Escola com Dados Abertos, e Alessandra Debone, além dos membros do Observatório da Equidade Educacional.
“Recebemos a equipe do NEES da Ufal. Tivemos uma experiência imersiva no Sistema Alerta Preventivo (SAP) de Evasão e Abandono Escolar. Essa é uma ferramenta essencial para que possamos identificar estudantes com potencial de evadirem precocemente das escolas”, destacou a secretária de Educação Básica, Kátia Schweickardt.
“Nossa missão é encontrar caminhos para a permanência e a aprendizagem desses estudantes, sem deixar ninguém para trás!”, complementou a gestora, num post feito nas redes sociais.
(Com informações da Assessoria de Comunicação Social do MEC)