Para contribuir ainda mais com a promoção de uma educação equitativa, pesquisadores do Observatório de Equidade Educacional, do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), lançaram o livro “Equidade e Interseccionalidade na Psicologia e na Educação”. A publicação foi organizada pelas professoras Adélia Oliveira, Angelina Vasconcelos e Paula Miura e está disponível gratuitamente, em formato digital, no site da Editora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Vários pesquisadores do Observatório participaram escrevendo capítulos do livro. O prefácio é assinado pelos professores José Francisco Soares e Vanda Mendes Ribeiro, duas referências nacionais em temas ligados à equidade. O e-book explora a justiça social através da educação, abordando a relação entre desigualdade e aprendizado.
“Foi resultado de um trabalho coletivo, fruto de intensa pesquisa, com participação de professores e alunos da graduação e do mestrado em psicologia da Universidade Federal de Alagoas. É uma obra valiosa para todos que se interessam por uma educação mais inclusiva e equitativa”, destaca a coordenadora geral do Observatório de Equidade Educacional e uma das organizadoras do livro, Angelina Vasconcelos, que também é docente da Ufal.
“No livro apresentamos o conceito de equidade de maneira profunda. É uma importante contribuição da academia para a sociedade. Será importante não só para pesquisadores das universidades, mas também para gestores públicos, professores e outros movimentos que estudam equidade”, afirma Paula Miura, igualmente professora da Ufal e coordenadora de um dos grupos de pesquisa do Observatório.
“Há dois grandes motes dos capítulos do livro. Um é a questão conceitual sobre equidade, no campo da educação e da psicologia, a origem do conceito, os aspectos do direito e da justiça social, a não-equidade. Além dessa discussão teórica, colocamos no debate a questão da interseccionalidade”, observa Adélia Oliveira. “O outro mote são as ferramentas, de como, do ponto de vista instrumental, se aproximar da equidade”, explica a professora. Adélia também é docente da Ufal e coordena uma das frentes de trabalho do Observatório.
PREFÁCIO
Num dos trechos do prefácio, a professora doutora Vanda Mendes Ribeiro ressalta a importância do Observatório e a relevância do livro. “O Observatório da Equidade nasce no âmbito da imensa necessidade de a sociedade brasileira tornar mais justa a distribuição do conhecimento e do reconhecimento”, afirma.
“Este livro expressa esse grande desafio do observatório a referida e também a potencialidade de aportar contribuições. Oferece um mapeamento dos tipos de entendimentos sobre equidade presentes no espaço público brasileiro nos dias atuais. Mostra que ainda precisamos caminhar bastante no que se refere à compreensão do conceito de equidade, pois ele tem sido utilizado no País, com lacunas importantes, tanto no meio político como no acadêmico e na mídia. E indica que é reduzido o número de grupos de pesquisa sobre a questão, o que reforça ainda mais a relevância da criação do Observatório da Equidade e desta obra”, enfatiza a professora.
O professor José Francisco Soares também ressalta o quão é necessário debater sobre equidade e a visão de interseccionalidade presente no livro. “Trazer a equidade para o centro do debate educacional é uma iniciativa necessária e urgente, mas que exige pesquisas acadêmicas. Diante disso, é uma satisfação e uma honra apresentar para o debate educacional brasileiro este primeiro conjunto de trabalhos do Observatório da Equidade Educacional da UFAL”, diz José Francisco.
“As pesquisas expostas nos diferentes capítulos abordam muitas dimensões da equidade. Uma contribuição especialmente importante é a agregação à discussão sobre equidade do conceito de interseccionalidade. Ou seja, os estudantes têm o seu direito à educação negado com mais frequência quando são submetidos a exclusões associadas, simultaneamente, a seu gênero, raça e posição social. O e-book é uma contribuição importante para o atual debate educacional brasileiro, que precisa aceitar que, na educação, “qualidade para poucos não é qualidade”, conclui o professor.
FINANCIAMENTO
O livro foi financiado pelo Observatório de Equidade Educacional, uma parceria do NEES com o Ministério da Educação (MEC). Também teve recursos do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PEste PGP) da UFAL e de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).