Um dos focos do Observatório de Equidade Educacional será investir em formações, voltadas sobretudo para gestores públicos. Outro será o reforço na comunicação e divulgação das pesquisas, artigos, análises e demais ações produzidas pelos pesquisadores do grupo. Esses foram dois direcionamentos após o 2º Workshop de Avaliação e Planejamento do Observatório, realizado em Maceió no dia 28 de agosto.
O encontro reuniu integrantes e lideranças presencialmente e remotamente, já que há membros que não residem na capital alagoana. O Observatório de Equidade Educacional é uma iniciativa do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com o apoio do Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica.
“Ao resgatarmos tudo o que realizamos até agora e as repercussões do nosso trabalho, compreendemos melhor o papel e o impacto de nossas ações. Ficou muito claro, após o workshop, que os focos agora devem ser formação e comunicação. E com o olhar da interseccionalidade, que tem sido nossa marca”, ressaltou a coordenadora geral do Observatório, Angelina Nunes de Vasconcelos.
“Precisamos investir em formação, principalmente para os gestores públicos, e nos comunicar melhor com as redes de ensino. Além de divulgar mais o que nossas frentes de trabalho estão produzindo”, complementou Angelina. Um dos exemplos destacados foi o livro “Equidade e Interseccionalidade na Psicologia e na Educação”, organizado por Angelina e pelas professoras Adélia Oliveira e Paula Miura, também pesquisadoras do Observatório.
Outro produto citado como exemplo no workshop foi uma oficina ministrada por pesquisadores do Observatório, a convite do Ministério da Educação (MEC), no 1º Seminário de Monitoramento e Avaliação de Políticas de Educação Básica, realizado em agosto, em Brasília.
A formação, bastante concorrida e elogiada, ensinou gestores públicos a analisarem dados educacionais a partir da interseccionalidade. E já rendeu convites de redes de ensino da Bahia e do Piauí para que pesquisadores do Observatório participem de encontros nesses Estados justamente para debater equidade e interseccionalidade com profissionais da educação.
“O que tem nos diferenciado, tem sido nossa marca no Observatório, é a interseccionalidade, a compreensão de que os sujeitos educacionais vivem de maneiras múltiplas. Um dos nossos papéis é mostrar essa perspectiva interseccional, seja no levantamento e análise de dados, na produção de conteúdos ou em formações”, pontuou Angelina. “Assim contribuímos para a equidade nas políticas públicas”, afirmou.
A coordenadora do Observatório ressaltou ainda a parceria com o Ministério da Educação, através da Diretoria de Monitoramento, Avaliação e Manutenção da Educação Básica (Dimam), vinculada à Secretaria de Educação Básica (SEB). E lembrou aos integrantes do Observatório que a prioridade é trabalhar conjuntamente com o MEC para fortalecer o acompanhamento da política de educação em tempo integral.
“Quais as dificuldades para ampliação das matrículas em tempo integral? No que diz respeito aos fundamentos da jornada em tempo integral, como essas escolas se caracterizam em termos de qualidade e equidade? São questões principais que devem nortear nossa produção no Observatório para atender o MEC e apoiá-lo nessa política pública”, explicou Angelina.
O líder de pesquisa do Observatório, Gabriel Fortes, informou que as frentes de trabalho estão planejando ações como levantamento de dados, formulação de questionários para identificar desafios de implementação do ensino integral e a realização de entrevistas com gestores, professores e alunos dessas redes de tempo integral para posterior elaboração de relatórios.
LIVRO
O livro Equidade e Interseccionalidade na Psicologia e na Educação foi lançado durante o workshop. O ebook pode ser baixado gratuitamente no site da Editora da Ufal (clique aqui).
A publicação é resultado de um trabalho coletivo e explora a justiça social através da educação, abordando a relação entre desigualdade e aprendizado. É um livro essencial para quem busca compreender e promover uma educação inclusiva e equitativa.
Vários pesquisadores do Observatório participaram escrevendo alguns capítulos do livro. O prefácio é assinado pelos professores José Francisco Soares e Vanda Mendes Ribeiro, duas referências nacionais em temas ligados à equidade.